Não me pertenço mas moro aqui!
Na imagem, memórias ondulam
na corrente branda do rio.
em tempo fecundo encontram abrigo.
Pressentem o tempo, enfrentam o momento
resistem à inconstância, ao frio de noites geladas.
No vigor da primavera, sucede o reencontro encantado.
São árvores frondosas, enraizadas e viçosas
só não tocam o céu porque não têm asas.
Sentem o aconchego, estão em casa
agora que o entenderam
permaneceram.
Espelho da alma
De um bonito roseiral observei
o movimento
a ternura entre pássaros
sobre um manto colorido
com discretas gotas de água.
Sobre as roseiras
os pássaros em rodopio alinharam-se com mestria!
Na imensidão do céu
identifiquei um estrela brilhante
um murmúrio ressoou de um lugar distante:
"— Observa cada estrela com o olhar do coração
e cria a tua própria constelação."
A partir desse instante foi sempre dia
só havia crianças
entoavam todas a mesma melodia!
Senti o tom, as pausas entre os sons.
Com a emoção da paixão consciente
dancei espontaneamente
abracei o momento com intimidade
e um sentimento novo tomou conta de mim...
Foi então que pedi ao tempo para fazer a sua magia
tornar aquele lugar tangível, de noite e de dia!
E como no sonho, observei de perto o momento
repetidamente, a sua presença noutro tempo
revelou que a essência é intemporal!
Amor-perfeito
Por caminhos desconhecidos
de mãos dadas e decididos
escolhemos passo a passo
o ritmo, o tempo e o espaço.
Junto a campos e ribeiros, na companhia de pássaros
encontrámos um cão-guia disponível para um abraço.
Na brisa do entardecer, sem nostalgia, só alegria
deambulámos por palavras enternecidos com a companhia.
No encalço de montes onde o sol vai repousar
apreciámos a tranquilidade que adoptei sem hesitar!
Quão bela é a natureza!
Nas minhas mãos sinto as tuas...
Elas abraçam os caminhos de uma viagem sem destino!
Pássaro de água
Um raio de sol desponta do azul e branco delicados tem o brilho da imaginação e de sonhos adiados. Na leveza do ar reflito, na fluidez do mar dissolvo na areia firme confio estranhos ideais do mundo. Nas ondas do mar eles alcançam as asas do vento, no calor das asas sucede o momento: do antigo me despeço, sem melancolia ou despeito mas ainda sinto o abraço, quer na alma quer no peito. Não dou pelo tempo passar nesta viagem do tempo na memória e para sempre só desejo levar o vento. Se cair do céu, espero uma grande tempestade pedirei ao vento que me acolha com serenidade. Se me perder, tudo farei para regressar ao mar e ondular a partir doutro lugar... aos primeiros raios de sol mergulharei não sei bem o que irei encontrar é incerto se irei regressar!
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