Divagações: esferas do pensar e do sentir


“Experiência não é o que acontece com um homem, é o que um homem faz com aquilo que lhe acontece.”

– Aldous Huxley, Texts & pretexts: an anthology with commentaries, 1933.

Durante a vida colecionamos coisas muito diversas. Nomeamo-las e categorizamo-las vezes sem conta. Encontramos sempre uma forma diferente de organização, mudando-as de lugar ou optando pela sua eliminação.

«Tudo o que existe está em pleno movimento. Terra, tempo, conceitos, amor, vida, crença, justiça, bem e mal. Tudo é fluído e transitório. Nada existe que se perpetue no mesmo lugar e na mesma forma» (Haruki Murakami, Kafka on the Shore, 2002).

Nesta publicação encontra um conjunto de conceções e perceções publicadas por autores diversos, assim como a continuidade da publicação de 2021 intitulada “Rapsódia: 28 elementos”, categoria “Nuances”, https://passarodeagua.pt/2021/03/28/rapsodia-28-fragmentos/.


«O encanto da história e a sua enigmática lição consistem no facto de que, de época para época, nada muda e, no entanto, tudo é completamente diferente.»

Aldous Huxley (1894-1963).


«O que quer que olhemos, e seja o que for que olhemos, só vemos através dos nossos próprios olhos.»

Carl Gustav Jung, Modern Man in Search of a Soul, 1933.


«Somos sempre humanos e nunca devemos esquecer o ónus de sermos apenas humanos.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«Mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não seus.»

Agostinho da Silva (1906-1994).


«A felicidade não é um objetivo; é um subproduto.»

Eleanor Roosevelt (1884-1962).


«A felicidade consiste em dar passos na direção de si próprio e ver o que se é.»

José Saramago (1922-2010).


«Não é por causa dos outros que somos o que somos: é sempre por causa de nós.»

Vergílio Ferreira (1966-1916).


«A plenitude não se consegue cortando uma parte do próprio ser, mas pela integração dos opostos.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«Também tenho de ter um lado negro se quiser estar inteiro.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«Conhecer a sua própria escuridão é o melhor método para lidar com as escuridão de outras pessoas.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«Quando tentamos exercer poder ou controlo sobre outra pessoa, não podemos evitar dar a essa pessoa o mesmo poder ou controlo sobre nós.»

Alan Wilson Watts, The Way of Zen, 1957.


«Onde o amor governa, não há vontade de poder, e onde predomina o poder, falta o amor. Um é a sombra do outro.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«O sentimento abre as portas da prisão com que o pensamento fecha a alma.»

Para Orpheu – Sentir é criar. Fernando Pessoa, 1966.


«Não somos o que nos aconteceu, somos o que desejamos ser.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«Posso imaginar-me tudo, porque não sou nada. Se fosse alguma coisa, não poderia imaginar.»

Livro do desassossego, Bernardo Soares (Fernando Pessoa), 1982.


«Eu sonho. Por vezes penso que essa é a única coisa certa a fazer. Sonhar, viver no mundo dos sonhos. Mas não dura para sempre. O estado de vigília vem sempre para me levar de volta.»

Haruki Murakami, Sputnik Sweetheart, 1999.


«De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos.»

Livro do Desassossego, Bernando Soares (Fernando Pessoa), 1982.


«Se o conseguir visualizar, se o conseguir sonhar, há uma forma de o fazer.»

Walter Disney (1901-1966).


«O verdadeiro segredo da felicidade reside em interessar-se verdadeiramente por todos os detalhes da vida quotidiana.»

William Morris (1834-1896).


«Ontem é o passado, amanhã é o futuro, mas hoje é um presente. É por isso que se chama o presente.»

Bil Keane (1922-2011).


«Tudo deve ser feito da forma mais simples possível, mas não mais simples.»

Albert Einstein (1879-1955).


«Faz tudo como se alguém te contemplasse.»

Epicuro, (341-271 a.C.).


«Ter a serenidade para aceitar aquilo que não posso mudar, a coragem para mudar o que me for possível e a sabedoria para saber discernir entre as duas.»

Reinhold Niebuhr (1892-1971).


«O tempo resolve a maioria das coisas. E o que o tempo não resolve, tem de ser resolvido por si próprio.»

Haruki Murakami, Dance Dance Dance, 1988.


«Não podemos mudar nada a menos que o aceitemos. A condenação não liberta; oprime.»

Carl Gustav Jung, Modern Man in Search a Soul, 1933.


«A tempestade não é algo que não tenha nada a ver consigo. Esta tempestade é você. Algo dentro de si.»

Haruki Murakami, Kafka on the Shore, 2002.


«Sempre que desistimos, deixamos para trás, e esquecemos demasiado, há sempre o perigo de que as coisas que negligenciámos voltem com mais força.»

Carl Gustav Jung, Memories, Dreams and Reflections, 1961.


«Aquilo a que resiste, persiste.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.»

Haruki Murakami, Kafka on the Shore, 2002.


«Nenhum problema pode ser resolvido a partir do mesmo nível de consciência que o criou.»

Albert Einstein (1879-1955).


«A chave para o crescimento é a introdução de dimensões mais elevadas de consciência na nossa consciência.»

Lao Tzu (571 a.C.).


«Nada promove tanto o crescimento da consciência como [o] confronto interior de opostos.»

Carl Gustav Jung, Memories, Dreams, Reflections, 1961.


«Olhe profundamente para a natureza, e então compreenderá tudo melhor.»

Albert Einstein (1879-1955).


«Basta pensar em sentir para sentir em pensar.»

Fernando Pessoa, Poesias Inéditas, 1955.


«Se quiser que o presente seja diferente do passado, estude o passado.»

Baruch de Spinoza (1632-1677).


«Vi que todas as coisas que eu temia e que me temiam não tinham nada de bom ou de mau nelas, excepto na medida em que a mente era afetada por elas.»

Baruch de Spinoza, On the improvement of the understanding, 1677.


«Tudo depende de como olhamos para as coisas, e não de como elas são em si mesmas.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«Se quiser que o presente seja diferente do passado, estude o passado.»

Baruch de Spinoza (1632-1677).


«Digo expressamente que a mente não tem um conhecimento adequado mas apenas um conhecimento confuso de si própria, do seu próprio corpo, e dos corpos externos, sempre que percebe as coisas segundo a ordem comum da natureza; ou seja, sempre que é determinada a partir do exterior, nomeadamente pelo jogo fortuito das circunstâncias, a considerar isto ou aquilo; não nos momentos em que é determinada a partir do interior, ou seja, pelo facto de considerar várias coisas ao mesmo tempo, compreender os seus pontos de concordância, diferença, e contraste. Sempre que é determinado a partir de dentro, considera as coisas de forma clara e distinta, como mostrarei mais adiante.»

Baruch de Spinoza, Ethics, 1677.


«A sensação diz-nos que uma coisa é. Pensar diz-nos o que é esta coisa. O sentir diz-nos o que esta coisa é para nós.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«Não devemos fingir compreender o mundo apenas pelo intelecto; apreendemo-lo igualmente pelo sentimento. Portanto, o julgamento do intelecto é, na melhor das hipóteses, apenas a metade da verdade, e deve, se for honesto, chegar também a uma compreensão da sua inadequação.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«Quanto mais claramente se compreende a si próprio e as suas emoções, mais se torna um amante do que é.»

Baruch de Spinoza, (1632-1677).


«A vida de cada homem é um caminho para si mesmo, o ensaio de um caminho, o esboço de uma vereda.»

Hermann Hess (1877-1962).


«A primeira metade da vida é dedicada à formação de um ego saudável, a segunda metade é ir ao interior e libertá-lo.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«O privilégio de uma vida é tornar-se quem realmente se é.»

Carl Gustav Jung (1875-1961).


«Há uma erudição do conhecimento, que é propriamente o que se chama erudição, e há uma erudição do entendimento, que é o que se chama cultura. Mas há também uma erudição da sensibilidade. A erudição da sensibilidade nada tem a ver com a experiência da vida. A experiência da vida nada ensina, como a história nada informa. A verdadeira experiência consiste em restringir o contacto com a realidade e aumentar a análise desse contacto. Assim a sensibilidade se alarga e aprofunda, porque em nós está tudo; basta que o procuremos e o saibamos procurar.»

Livro do Desassossego, Bernardo Soares (Fernando Pessoa), 1982.


Escolhemos quase tudo, decidimos quase nada e esse é o ponto de partida para acontecer quase tudo.

Pássaro de água (adaptado de autor desconhecido).


O brilho que apura os sentidos para as reciprocidades deixa um rastilho para a felicidade.

Pássaro de água.


Em qualquer coração há sempre um porto seguro para um revés ou devaneio.

Pássaro de água.


A unificação dissolve a desilusão.

Pássaro de água.


O vento leva a poeira e traz o pólen do momento.

Pássaro de água.


Observa cada estrela com o olhar do coração e cria a tua própria constelação.

Pássaro de água.


Se vazio existisse seria a tua ausência, a presença faz parte de mim.

Pássaro de água.


A mesma palavra pode ter vários tons mas tem sempre a beleza do ouvido de quem a ouve.

Pássaro de água.


Palavras que transformam abraçam intimamente, são como beijos na boca, sempre doces, sempre quentes.

Pássaro de água.


Palavras simples e cristalinas emanam a energia pulsátil transmitida pelo coração.

Pássaro de água.


Amor: a essência da existência. Considerada por muitos o caminho para a realização plena do Homem, é um caminho sem fim!

Pássaro de água.


A nostalgia pode ser uma porta para alcançar a luz através da sombra; abrace-a, simplesmente.

Pássaro de água (adaptado de autor desconhecido).


Feel the heartbeat, talk from the heart and walk the talk.

Pássaro de água.


«No somos perfectos, pero somos capaces de concebir lo que es la perfección. La acción es preferible a la inacción y el compromiso con la vida es preferible a la indiferencia apática.»

Delia Steinberg Guzmán (filósofa e escritora, 1943-2023).

«Experimentar o amor como luz que revela a beleza imaterial que se esconde em todas as coisa.»

Delia Steinberg Guzmán (filósofa e escritora, 1943-2023).


«En realidad, toda filosofía es esotérica, por cuanto constituye un amor a la sabiduría que todavía no poseemos, por aquello que todavía está escondido a nuestra visión. Y eso es lo esotérico: lo oculto, lo escondido, no por maldad premeditada de nadie, sino por nuestra propia ignorancia.»

Delia Steinberg Guzmán (filósofa e escritora, 1943-2023).


Somos seres itinerantes que aprendem, descobrem, depertam e evoluem para outras realidades durante o ciclo de vida.

Pássaro de água.


Abraço intencionalmente todas as formas do meu ser com o calor das minhas asas.

Pássaro de água.


Ser “corpo vivo” também é ser rio, o olho d’água e a corrente que se liga naturalmente a outra corrente maior.

Pássaro de água.


O valor imanente ao abraço impulsiona-nos para o infinito e mais além, humanizando o coletivo, organicamente.

Pássaro de água.


Tornamo-nos naquilo que somos e nem sempre somos quem pensamos ser.

Pássaro de água.


O que acontece numa realidade bonita com a música certa? As formas e os ritmos deste mundo combinam-se harmoniosamente criando melodias suaves, envolventes e sedutoras.

Pássaro de água.


«A solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz.»

 José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis.


Através do arco-íris que reside no interior e acessível somente ao próprio, é possível recriar um mundo de formas e ritmos que refletem naturalmente a beleza das suas cores.

Pássaro de água.


Na relação do Eu com o meio envolvente, o enamoramento é fundamental para alicerçar o relacionamento.

Pássaro de água.



Agradeço ser informada quanto a eventuais inconformidades na informação publicada.

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