2025


Na claridade branda de um azul mesclado
Com fios luminosos, levemente brancos e rosados,
A terra revela aromas húmidos e suaves
No interior, um manto com longos veios de água.

Corpos autênticos crescem enraizados
Com flores que desabrocham pétalas de cores alvas,
Finas, espreitam o azul celeste do dia
Saúdam o sol e a alvorada.
Ah! A razão para escrever
Talvez seja a ausência de razão,
A morte de uma argumentação voraz
Constantemente, a narrativa que alimenta
Sem saciar, realmente.

Oh! No corpo emerge
O ímpeto de uma serpente,
A chama que ascende no corpo
Movimentando ávidamente palavras nuas
Como um sopro que envolve, calorosamente.

O corpo sente o ânimo da serpente,
A desenvoltura, abraça-a com surpresa e admiração
Confiando plenamente na mão para lhe revelar o sentido
Dos sussurros que despontam no ouvido e não sabe bem o que são.
Gosto de abraços, 
Será possível não gostar?
Um gesto universal
Breve ou prolongado, íntimo ou formal,
Um enlace natural
Amigo, amoroso, saudoso ou apaixonado.

Na saudação ou despedida,
O abraço comunica alegria, gratidão e compaixão,

Haverá razão para não abraçar?
E abraçar sem razão?
Com a simples intenção da partilha
Da vida que percorre o corpo e as mãos
A vida reflete o valor desse abraço
Com notável determinação.

Oh! O poder de um simples abraço...
Humaniza-nos e humaniza a própria vida.

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