
O Carnaval, fazendo parte do imaginário coletivo, é bem possível que também ressoe, de alguma forma, em cada um de nós.
Por pura diversão, ou não, se tivesse de escolher um disfarce de Carnaval, qual seria? Oh! E imagina o que ele evocaria em si próprio?
A ideia de assumirmos uma personagem que não é habitual pode levar-nos até uma outra, atribuída a William Shakespeare. Não será o mundo um palco e nós os atores, em que cada um no seu tempo representa vários papéis?
O Carnaval ocorre na transição inverno-primavera, praticamente no ínicio do ciclo de renovação da natureza. No cristianismo, antecede o período da quaresma, uma preparação para a Páscoa. Na nossa cultura, curiosamente, o Carnaval assinala a aproximação de um período de profunda transformação quer na dimensão material e corpórea, quer imaterial e espiritual.
Tradicionalmente, a natureza pública das festas aliada a uma comunicação mais expressiva e espontânea do que é habitual, mobiliza inúmeras pessoas que, assim, compartilham o mesmo imaginário coletivo.

Se os símbolos representarem uma ponte entre o imaginário coletivo e as vivências individuais, é possível que, durante o período de acontecimentos cíclicos e cheios de simbolismo que se avizinham, o efeito libertador decorrente de uma expressão corporal mais livre e intuitiva propicie a conceção de novas ideias e projetos, renovações ou a construção da próxima personagem.
Seja qual for o ângulo de visão em relação ao Carnaval, há transformações e mudanças que superam o limite da nossa imaginação e esse limite começa por ser tudo aquilo que não nos atrevemos a imaginar. O Carnaval pode ser um excelente pretexto para superar essa aparente limitação. E se não houver Carnaval? Hum, para mim é como se houvesse!
Pássaro de Água, Março 2025.

Se o princípio primordial da vida, qualquer que ele seja, está associado à criação do corpo vivo que tem tanto de sublime como admirável e for chamado o amor, se o pulsar do coração é indissociável da vida e o coração é uma metáfora do amor, na essência somos seres amorosos, amáveis e amados, naturalmente seres que podem amar sem gostar.
Pássaro de Água, Fevereiro 2025.

A presença da ausência…
A presença da ausência convida-nos a dar mais um passo na direção de nós mesmos. Frequentemente, a sensação de incompletude ou desconforto assinalam-na inequivocamente.
E no fundo, não somos muito diferentes. Através da observação e com a entrega plena ao momento, às vezes em silêncio, outras através de ritmos que imprimem no corpo o pulsar do coração, o que ela realmente é revela-se organicamente: uma parte de um todo que em si mesmo é inteiro.
O amor une, em amor ê-se inteiro!
Pássaro de Água, Janeiro 2025.

O que acontece numa realidade bonita com a música certa?
As formas e os ritmos deste mundo combinam-se harmoniosamente produzindo melodias suaves, envolventes e sedutoras.
Pássaro de Água, Janeiro 2025.

Tornamo-nos naquilo que somos e nem sempre somos quem pensamos ser.
Ciclicamente, uma parte de nós que não conhecemos tão bem apresenta-se, solicita permissão para nos reajustar de forma integrada e uma nova versão mais coerente emerge naturalmente para florescer, infinitamente.
O sentido da mudança? Oh! Só ao próprio é revelado.
O ritmo e a forma desenrolam a experiência e ela é sempre compartilhada.
Pássaro de Água, Janeiro 2025.