Na ação, abstração ou ficção.
Tornamo-nos naquilo que somos e nem sempre somos quem pensamos ser; pensar que conhecemos pode impedir-nos de aprender.
Ciclicamente, uma parte de nós que não conhecemos tão bem apresenta-se, solicita permissão e a sua integração produz naturalmente uma nova versão destinada a florescer, inteiramente. O sentido da transformação só ao próprio é revelado! Perante possibilidades que parecem infinitas, através de princípios e valores orientadores fazem-se escolhas e tomam-se decisões. A ação desenrola a experiência.
Os relacionamentos podem ser catalisadores extraordinários da transformação a partir da desaprendizagem. A desconstrução da realidade é proporcionada pela relação observador versus observado através da dinâmica do espelho.
No relacionamento entre pais e filhos, o reflexo da autenticidade, inocência e espontaneidade típicas da criança cofacilita a identificação da expressão do amor. E ela integra, naturalmente, liberdade e corresponsabilidade, magnificamente.

“Os vossos filhos não são os vossos filhos.
São os filhos da saudade que a vida tem de si mesma.
Eles vêm através de vós, mas não a partir de vós.
E apesar de estarem convosco, eles não vos pertencem.
Podeis dar-lhes o vosso amor, mas não os vossos pensamentos.
Pois eles têm os seus próprios pensamentos. (…)
Podeis esforçar-vos para ser como eles, mas não procurareis torná-los iguais a vós.
Pois a vida não anda para trás, nem se demora com o dia de ontem.”
Kahlil Gibran (1883-1931), “O Profeta”.
Tradução: José Luís Nunes Martins.
Pássaro de água, 12/24.
Sinto-me uma melhor pessoa, mais alegre, tranquila e amorosa, sempre que dedico uma parte do dia àquilo que me proporciona genuíno prazer.
Quando o que fazemos é por amor e para amar, o corpo e a alma do emissor rejubilam porque ele é sempre recetor, sabendo-o ou não!
Pássaro de água, 02/2024.


Quando praticamente tudo se torna técnico, mecânico e previsível, o dia parece passar mais rápido...
"What are days for?
Days are where we live.
They come, they wake us
Time and time over.
They are to be happy in:
Where can we live but days."
Philipe A. Larkin (1922-1985), “Day” (line 1-6). Imagem: Simon Wilkes (unsplash). Obrigada.
Pássaro de água, 02/24.
Entrelaçar ciência e arte pode transformar o momento mais vulgar numa experiência surpreendente e extraordinária, com sensações e informações inesperadas que integram organicamente razão-emoção, lógica-intuição, entendimento-sensibilidade. Basta que observador e o observado se toquem reciprocamente em algum lugar.
Sempre que a observação nos deslumbra, algo dentro de nós desperta para ângulos de visão diferentes, porventura com maior amplitude, e até outros lugares. E há tantas coisas fantásticas à nossa espera! O que é preciso para nos movimentarmos mais? E, porque não com arte?

O movimento é uma condição inerente à vida e, independentemente do contexto, implica sempre um diálogo. Havendo coerência, os movimentos desenrolam-se com arte desenhando, organicamente, estados de harmonia.
Pássaro de água, 02/24.
A expressão «pensar fora da caixa« ainda é aplicada frequentemente com o objetivo de proporcionar soluções inovadoras e extraordinárias para a resolução de problemas comuns através do pensamento crítico e da criatividade.
«Pensar como se a caixa não existisse» é um expressão que preconiza a superação dos resultados obtidos com o conceito anterior. Os defensores desta opção argumentam que o ato de “pensar fora da caixa” subentende que a caixa ainda está presente, assim como as autolimitações decorrentes da sua existência subsistindo, assim, a possibilidade delas condicionarem a visão, a opção e, naturalmente, a ação.

A partir do momento em que começamos a conhecer a caixa, as suas delimitações, e esse conhecimento é aprofundado, não será natural que, de acordo com a compreensão, sensibilidade e livre arbítrio, a transcendência possa suceder aqui e acolá? No limite, «pensar fora da caixa» é pensar como se «a caixa« não existisse. Ela foi «dissolvida», desconstruída. Sem uma «caixa», seguramente que o lugar será muito diferente. E não será este o caminho para a (auto)descoberta e a evolução? Aprender, desaprender e reaprender.
Pássaro de água, 01/24.
Estados belos, sublimes e harmoniosos existem no mundo natural. Não inventamos a alegria ou o amor, pois não? Experienciá-los é um exercício de pura dialética. Num estado de leveza e recetividade plena, a sintonia simplesmente acontece!
Pássaro de água, 01/24.

No ciclo da vida somos seres itinerantes… aprendemos, evoluímos e despertamos para outras realidades.
Pássaro de água, 01/24.

Tudo o que existe está em pleno movimento, tudo o que existe é transitório. A mudança nem sempre é percetível mas a comunicação entre todos as partes envolvidas no processo de transformação, essa é permanente. Quanto mais transparente ela for, mais fluída será a transição. Frequentemente, as escolhas visam a tonificação dos “circuitos” subjacentes a esse processo de comunicação, seja ao nível físico, cognitivo, emocional ou espiritual. O que quer que escolha, ela irá levá-lo à fase seguinte…
E há sempre aquelas situações, por vezes inusitadas, que não nos cativam à partida mas a nossa biologia diz o contrário. Oh! Agradeço, muito, as circunstâncias que criam essas oportunidades. Sem essas coincidências, qual seria a probabilidade delas cruzarem o meu caminho se aquilo que conheço, comparado com aquilo que desconheço, é ínfimo?
Pássaro de água, 01/24.

Muitas vezes, as escolhas são norteadas pelas circunstâncias do momento. A escolha de hoje está relacionada com o dia de Reis! Em cada um de nós há uma estrela, os presentes seguem o rasto do brilho e, seja qual for o lugar, eles encontram-nos sempre, seja pela recetividade, reciprocidade ou reconhecimento ou, melhor ainda, por todos eles. O ouro, a representação da riqueza da matéria, como é o caso do corpo físico, e a materialização dos desejos; o incenso, a convicção profunda e a fé que revitalizam a esperança; a mirra, a superação pelo conhecimento e pela compreensão, numa palavra só, evolução. Não é maravilhoso? São presentes para apreciarmos todos os dias porque o tempo é precioso...